Roraima vai na contramão do Brasil e lidera taxa de natalidade no país

Imagem: GMM's

 Roraima lidera em número de filhos por mulher no Brasil

Dados recentes do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo IBGE, revelam que Roraima é o único estado brasileiro cujo índice de fecundidade supera a taxa de reposição populacional, de 2,1 filhos por mulher. No Norte, o estado registra uma média de 2,19 filhos por mulher, acima da média brasileira, que é de 1,55, a mais baixa da história.

Panorama nacional: queda persistente
  • O Brasil segue em declínio: em 2000, a média era de 2,39 filhos por mulher; em 2022, caiu para 1,55 .
  • Estados da região Sudeste estão ainda abaixo da média nacional: Rio de Janeiro (1,35), Distrito Federal (1,38) e São Paulo (1,39).

O caso de Roraima
  • O estado nordestino mantém média de 2,19 filhos por mulher, enquanto o Amazonas aparece com 2,08 e o Acre, 1,90.
  • É também o único estado com taxa acima de 2,0 — superando o nível de reposição populacional só visto nacionalmente em 1960.

Fatores que explicam essa tendência
FatorImpacto
População indígenaAlto índice contribui para a fertilidade mais elevada
ImigraçãoRefugiados venezuelanos, em idade reprodutiva, impulsionam os nascimentos
Faixa etária de mães jovensPico de fecundidade entre mulheres de 20–24 anos, seguidas por 25–29 e 15–19
Gravidez entre adolescentesRoraima registra uma das maiores taxas de fecundidade no grupo 10–14 anos


Projeções e consequências
  • Roraima é o único estado ainda projetado para crescimento populacional nos próximos anos; prevê-se que permaneça acima de 2,0 até 2064.
  • Esse crescimento afeta a pirâmide etária: o Norte é a região mais jovem, com alta proporção de crianças e baixa de idosos.

Contexto social e desafios
  • A maternidade mais tardia no Brasil, com média nacional de idade entre 28 e 30 anos, contrasta com padrões mais precoces no Norte .
  • Fatores como menor acesso a métodos contraceptivos, menor escolaridade e pobreza também contribuem para as taxas mais elevadas.

Roraima está em rota inesperada: enquanto o Brasil registra a menor média de filhos de sua história, o estado segue crescendo acima da taxa de reposição. As causas são múltiplas — demográficas, migratórias, culturais e socioeconômicas — e indicam desafios importantes, como a necessidade de políticas públicas focalizadas em educação sexual, saúde da mulher e proteção às adolescentes, especialmente em áreas indígenas e migrantes.


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