Isolamento social em SP permanece em 48%; governo quer índice maior para que quarentena seja flexibilizada

Governo de São Paulo defende que isolamento deve ser de, no mínimo, 50%; ideal para conter propagação do coronavírus é 70%.

23 de março - Rua Barão de Itapetininga, no centro de São Paulo, com bastante movimento apesar da recomendação de isolamento social para conter o novo coronavírus COVID-19 — Foto: Marcelo Brandt/G1

O governo de São Paulo anunciou neste sábado (25) que o estado registrou uma taxa de 48% de isolamento social na sexta-feira (24), de acordo com o Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi), que acompanha 104 municípios com mais de 70 mil habitantes. Trata-se do terceiro dia seguido com este índice, que é considerado insatisfatório pelo governo.

Segundo o governador João Doria (PSDB), se as taxas permanecerem inferiores a 50%, as medidas de flexibilização da quarentena que serão anunciadas no dia 8 de maio terão que ser revisadas.

"Se os brasileiros que vivem nas cidades que compõem a região metropolitana e na própria capital de São Paulo, não fizerem o isolamento com índice mínimo de 50%, que foi a recomendação da saúde, do comitê de saúde, nós revisaremos a decisão a ser anunciada no dia 8 de maio de flexibilização gradual do isolamento", disse Doria na última sexta-feira.

As cidades com maior taxa de isolamento no estado foram:

São Sebastião (66%);
Ubatuba (64%);
Cruzeiro (62%);
Lorena (62%):
Ibiúna (60%).

O Coordenador do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo, David Uip, disse que a alta taxa de isolamento social no interior do estado tem ajudado na diminuição da propagação da Covid-19 na região.

"O interior, isto é uma projeção, deve estar atrasado em termos de epidemia de duas a três semanas, o que é uma ótima notícia, isto possibilita e possibilitou que o interior se programasse, se projetasse melhor", disse Uip.

Flexibilização da quarentena
O governo de São Paulo anunciou na quarta-feira (22), a flexibilização do isolamento social.

"Em uma pandemia como essa, quem determina os nossos passos são a saúde e a medicina. A saúde e a ciência e assim continuará a partir de 11 de maio, após o termino da atual quarentena que vai até 10 de maio. Vamos levar em conta situações locais, regionais e setores que possam retornar a economia com as devidas medidas de proteção", disse Doria.

As autorizações para o funcionamento do comércio vão depender da situação específica de cada cidade ou região do estado. A reabertura deverá respeitar regras estabelecidas pelo governo. O uso de máscaras é uma delas.

“A regionalização é extremamente importante porque o país já é heterogêneo, o estado também e com isso a gente precisa ter essa regionalização devido aos fatores críticos em cada uma delas”, afirmou o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.

Doria diz que pode rever flexibilização nas cidades onde isolamento for menor que 50%

A quarentena teve início no dia 24 de março nos 645 municípios do estado e completou um mês nesta sexta-feira (24). Até quinta-feira (23), São Paulo registrava 1.345 mortes pelo novo coronavírus e mais de 16 mil casos confirmados.

As determinações para a reabertura são discutidas entre Henrique Meirelles, secretário da Fazenda e Planejamento e Patrícia Ellen, secretária do Desenvolvimento Econômico. Grupos de médicos, epidemiologistas, técnicos de governo, empresários e economistas também discutem o plano.

Fonte: G1

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